Batismo com o Espírito Santo- 9ª Aula
Assunto: Os sinais seguirão aos que crêem!
Texto: Marcos, capítulo 16, versículos 15-18: “
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados. ”
Amados irmãos, chegamos ao final do nosso estudo e esta é a nossa última aula. O assunto desta aula é a manifestação sobrenatural do Espírito Santo em nossos dias. Afinal; Deus ainda realiza prodígios em nossos dias, ou os sinais cessaram com a era apostólica como afirmam alguns tradicionais?
Após falarmos sobre o verdadeiro sentido do batismo com o Espírito Santo, alguns poderão achar que não cremos nas manifestações sobrenaturais do Espírito de Deus, o que não é uma verdade. Não podemos confundir as coisas; ter conhecimento das verdades bíblicas não é sinônimo de frieza ou incredulidade; saber sobre o batismo com o Espírito Santo não esta relacionado com não crer nos dons espirituais para os nossos dias, pois esta é também uma verdade bíblica!
IX- Os sinais seguirão aos que crêem!
Iniciaremos o nosso assunto observando o texto de Mc 16.15-20. Este texto faz parte das últimas palavras do Senhor antes de ascender aos céus; trata-se de uma ordem dada aos seus discípulos, a qual denominamos de “A grande comissão”. Os textos paralelos se encontram em Mt 28. 18-20; Lc 24.44-53; At 1.4-14.
Será que esta ordem foi dada apenas aos apóstolos ou é válida para todos os que crêem independente da época?
Ao analisarmos o texto de Marcos, observamos que duas ordens são dadas: Pregar o Evangelho a toda a criatura e Batizar aqueles que cressem.
Se nós cremos que a ordem para pregar o Evangelho ainda é válida em nossos dias e se igualmente cremos que a ordenança do batismo também pertence à Igreja de hoje e assim há de ser até a volta de Jesus tal como a ordenança da Santa Ceia, não podemos separar do mesmo texto o fato da manifestação sobrenatural do Espírito Santo acompanhar os discípulos ainda hoje através de sinais, isto seria um sério erro de hermenêutica, visto que a manifestação de sinais está ligada à vida do cristão, pois está escrito: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem”. Repare bem que o texto não diz que os sinais seguiriam aos apóstolos, ou apenas àqueles discípulos, caso contrário estaria escrito “Estes sinais hão de acompanhar vocês”; muito menos há um limite de tempo.
Um dia nós cremos na mensagem do Evangelho e nos tornamos participantes das bênçãos do Senhor! Os sinais certamente nos acompanham mostrando que o Senhor está conosco, se assim não fosse, não oraríamos pelos enfermos e nem tão pouco expulsaríamos aos demônios em nome de Jesus.
No texto paralelo narrado por Mateus, Jesus dá outra ordem: Ensinar e fazer discípulos; entretanto, para isso, o mesmo Senhor diz que estaria presente com eles. Do mesmo modo ninguém poderá negar que a ordem para ensinar e fazer discípulos continua válida para a Igreja de hoje. A única ordem que foi específica para os primeiros discípulos foi a de que permanecessem em Jerusalém até que fossem revestidos de poder e, então, partindo de Jerusalém, iriam anunciar o arrependimento e remissão dos pecados; isto está muitíssimo claro nos textos dos livros de Lucas e Atos dos Apóstolos respectivamente.
Devemos ter discernimento e sabermos aplicar corretamente as regras de hermenêutica bíblica ao lermos determinado texto para o interpretarmos corretamente, levando sempre em conta o seu contexto externo; interno e histórico-social.
Concluímos que, segundo o texto de Marcos 16. 15-20, os sinais são para os nossos dias.
Embora os sinais sejam para os dias de hoje, certa barreira é colocada com relação a esta verdade, pelo fato de muitos falsos sinais estarem acontecendo nestes últimos dias; entretanto, não devemos deixar que a incredulidade tome conta dos nossos corações somente porque a mentira tem penetrado em muitas igrejas evangélicas. Muitos sinais hoje em dia não passam de sentimentalismo, emoções, obras da carne e, infelizmente, até mesmo manifestações demoníacas.
Alguns fatores devem ser observados para que não caiamos em nenhum dos extremos...
IX.1)- Fugindo dos sinais da mentira e escapando da incredulidade.
Aqui vão alguns conselhos bíblicos para se fugir dos extremos:
A)- Fugindo do sinal do engano
1º- Os sinais seguirão aos que crêem e não os que crêem seguiram aos sinais! Nunca ande atrás de sinais! (Mt. 24.24)
2º- Lembre-se de que todo sinal na Bíblia tinha como propósito ensinar algo.
3º- Todo sinal deve engrandecer ao Senhor e não ao servo (At 3.12-16). O verdadeiro servo conduzirá as pessoas à Cristo.
4º- Todo sinal deverá buscar a edificação da igreja (Ex: A profecia é para edificação, exortação e consolo. I Co 12.3). Quando um determinado sinal causa divisão, confusão, apostasia, e outros problemas; certamente não provém de Deus! (Dt 13.1-5)
5º- Todo sinal deverá provocar um verdadeiro avivamento, que se traduz em um sentimento de arrependimento, santidade, oração, gratidão, serviço; amor e obediência a Palavra de Deus.
6º- Todo sinal verdadeiro não deverá provocar sentimentos de histeria, “oba-oba” ou novas revelações. Não deverá colocar a Palavra de Deus em segundo plano, nem tão pouco exaltar a homem algum.
7º- A ênfase do Senhor nunca esteve nos sinais, mas sim na sua Palavra; igualmente a ênfase da Igreja nunca esteve nos sinais e sim na pregação do Evangelho e no ensino. Os sinais são apenas uma conseqüência da fé no Filho de Deus; eles acontecerão segundo o propósito e soberana vontade de Deus.
8º- Os sinais não devem fugir dos padrões bíblicos. Exemplo: A Bíblia jamais ensina que alguém deve ficar repetindo palavras até que a língua se enrole e a pessoa passe a falar palavras sem nexo; a Bíblia não ensina que alguém cheio do Espírito Santo passe a piar como águia ou rugir como leão; a Bíblia também não ensina que a Igreja deve virar um verdadeiro circo, com gritarias e histerias; a Palavra de Deus não mostra Jesus dando leitos de ouro para os paralíticos, ao invés de curá-los; a Palavra do Senhor diz que é erro, vaidade, engano, mentira, soberba, obra da carne ou operação demoníaca o que muitos dizem serem “sinais de Deus”. O que a Bíblia ensina é que tudo deve ser com ordem e decência e segundo a Palavra do Senhor! (I Co 14.40; Jr 23. 25-32).
9º- Devemos lembrar sempre que o Diabo também faz sinais (Ex 7.11,12,22; 8.7; II Co 11.3, 13-15; II Ts 2.9-12; Ap 13.12-18, 16.14, 19.20).
10º- Devemos lembrar que os dons sobrenaturais não medem a espiritualidade de ninguém, mas sim uma vida frutífera! (Mt 7.15-23; Gl 5.16, 22-25).
B)- Fugindo da incredulidade
No outro extremo encontramos aqueles que, excessivamente zelosos, acham que toda manifestação sobrenatural é obra da carne, emoção ou demônio. Se uma pessoa cai endemoninhada ao seu lado, logo chama a ambulância achando que se trata de problema mental; se alguém está enfermo, não ora, mas aconselha que o doente corra para o médico. Amados, isto não é coerente com a fé no Deus do impossível!
Observe:
1º- Jesus será o mesmo para sempre, o mesmo Senhor que operou no passado, continua presente porque está vivo! (Mt 28.20-b; Hb 13.8).
2º- Existem problemas espirituais que não se resolverão em hipótese alguma através da medicina ou psicologia; como por exemplo, a possessão demoníaca
3º- Existem ocasiões nas quais um cristão deverá recorrer aos cuidados médicos e, inclusive, cirúrgicos; entretanto, um cristão verdadeiro, antes de ir ao médico, sempre deverá colocar o seu problema nas mãos do Senhor. A ordem é orar primeiro! Não fazer isso é o mesmo que não reconhecer o poder e senhorio de Cristo, além de enxergar as coisas conforme os ímpios enxergam e colocar o médico em maior grau de importância em relação ao Senhor.
O mesmo se aplica quando temos alguma causa na justiça, ou outro problema qualquer, no qual precisamos de livramento. Às vezes iremos ao advogado, mas primeiro devemos colocar a causa nas mãos do Senhor; assim como haverá situações as quais nenhum advogado humano poderá resolver.
4º- Não crer no poder da oração e no que diz a Palavra de Deus é um indício de incredulidade!
5º- Por causa da multiplicação da iniqüidade (Mt 24.12), muitos têm caído na frieza espiritual. Este versículo não possui apenas um teor escatológico, mas também se aplica aos nossos dias, devido a tantas heresias e mentiras, não devemos esfriar o nosso amor e, com isso, sermos incrédulos e céticos em todos os sentidos. Observe ainda no texto de II Tm 3.1-5 como seria o caráter de muitos “crentes” nos últimos dias; o que pode levar os verdadeiros cristãos ao desânimo se não vigiarem.
Surge a seguinte pergunta: Se os sinais são atuais, porque não vemos tantos sinais verdadeiros em nossos dias?
Vejamos...
1º- Porque Deus não fará algo para satisfazer o ego do homem mau; Deus não fará algo apenas porque o homem quer que ele faça. No meio de uma geração onde muitos sinais falsos são realizados e na qual o homem busca apenas o sobrenatural e o incrível; o Senhor oferece a sua Palavra; se o homem crer será salvo! (Mt 12.39; 16.4)
2º- Muitos querem que o Senhor faça algo para glorificarem a si mesmos. Devemos seguir o exemplo de João Batista: Importa que ele (Jesus) cresça!
3º- Falta de santidade
4º- Incredulidade (Mt 13. 57,58)
5º- Meninice da parte dos crentes que iriam idolatrar os verdadeiros servos causando problemas para os mesmos.
Após sabermos discernir os extremos, encerrarei mostrando alguns princípios básicos pelos quais devemos crer nas manifestações sobrenaturais do Espírito Santo em nossos dias.
IX.3)- Porque creio que os sinais são para os nossos dias?
1º- Porque a Bíblia diz (Mc 16, 15-18)
2º- Porque Jesus mandou que pedíssemos e recorrêssemos a ele (Mt 7.7-11; Jo 15.7).
3º- Porque se os sinais não fossem para os nossos dias, não haveria necessidade do Senhor nos orientar quanto a manifestação sobrenatural do Espírito nas igrejas em nossos dias (ver, por exemplo, nos capítulos 12,13 e 14 de I Corintios).
4º- Porque se os sinais não fossem para os nossos dias, não haveria necessidade do Senhor nos orientar quanto à diferença entre a manifestação do Espírito e a manifestação do erro ( I Jo 4. 1-6).
5º- Porque na Bíblia vemos muitos sinais sendo realizados por Deus através de vários irmãos que, não necessariamente, faziam parte do grupo dos doze apóstolos. Exemplo: Ananias (At 9.10-17) e o próprio Paulo; logo, os dons sobrenaturais não eram apenas para os primeiros apóstolos.
6º- Porque a Igreja continuou a se expandir após o livro de Atos e o mesmo Espírito que operava em Jerusalém continuou operando na Judéia; em Samaria e até os confins da Terra, sendo que, no livro de Atos, esta expansão atingiu no máximo as fronteiras ocidentais do Império Romano, mas sabemos que, algum tempo depois, estas fronteiras se expandiram mais e mais; logo, os sinais seguiram os discípulos além do relato de Atos.
7º- Porque, apesar da experiência particular de qualquer pessoa, bem como as minhas próprias experiências particulares não poderem servir como uma base doutrinária, estas minhas experiências testificam, embasadas na Palavra de Deus, que os sinais da presença do Espírito seguem a minha vida de várias formas, não apenas produzindo fruto, mas também com manifestações sobrenaturais.
Exemplos: Não fico tendo visões a toda hora, mas posso afirmar que já tive algumas. Já pude ver pessoas sendo curadas pelo poder do nome de Jesus e já vi demônios sendo expulsos. Falo em outras línguas e Deus me deu interpretação de línguas em algumas ocasiões. Não posso negar nenhuma destas experiências nem outras que são extremamente particulares. Amado irmão, tenho a certeza de que você também já presenciou algum milagre do Senhor.
8º- Se os sinais não fossem atuais, porque então o apostolo Paulo diz que desejava que todos falassem em outras línguas, mais muito mais que profetizassem (I Co 14.5). Em outro versículo o mesmo apóstolo diz que não se deve proibir o falar em línguas, desde que se faça tudo com ordem e decência (I Co 14. 18,39,40)!
9º- A Bíblia diz que o Espírito concede dons a Igreja até a volta de Jesus (I Co 1.7), e que os dons são concedidos para a edificação da igreja, ressaltando a interdependência entre os membros (I Co 12.7-11).
Concluímos então que os sinais continuam seguindo aos que crêem e assim será até a volta do Senhor Jesus.