Batismo com o Espírito Santo-5ª Aula
Assunto: O falar em outras línguas é a verdadeira prova do batismo com o Espírito Santo? - Parte 2
Continuando o assunto abordado em nossa aula anterior; hoje iremos tirar algumas dúvidas importantes quanto à questão do falar em outras línguas ser ou não ser a prova de que um cristão foi batizado com o Espírito Santo.
Aprenderemos o porquê do falar em línguas não ser obrigatoriamente um sinal em nossos dias do batismo com o Espírito Santo e estudaremos ao menos dez motivos pelos quais não devemos crer que as línguas estranhas sejam a prova deste batismo.
V- As línguas estranhas são a prova do batismo com o Espírito Santo?
Biblicamente o batismo com o Espírito Santo ocorre na conversão, quando o Espírito vem habitar no coração do crente. A promessa do derramar do Espírito cumpriu-se pela primeira vez no Pentecostes, quando o Consolador veio para habitar no coração daquele que crê no Filho de Deus.
A salvação não é o batismo nas águas, mas este faz parte da vida do convertido; a regeneração não é a conversão, mas faz parte desta; assim como o batismo com o Espírito também não é a conversão, entretanto também faz parte dela, estando intimamente ligado à mesma.
Meus amados; se nós temos a certeza de que todos os que crêem em Jesus são batizados com o Espírito Santo e que é impossível um crente verdadeiro não ter sido batizado com o Espírito, conforme já aprendemos, obviamente que este batismo não poderá ocorrer separado da conversão, haja vista ser o mergulhar na plenitude de Cristo e estar ligado a Igreja. Agora eu pergunto: Todos os irmãos que você conhece falaram em línguas estranhas no momento da conversão?
Todos os textos bíblicos que falam sobre conversão; sobre estar ligado em Cristo; sobre ser uma nova criatura; sobre pertencer verdadeiramente ao Senhor; trazem como prova de autenticidade uma vida frutífera e não o falar em outras línguas.
Veja alguns exemplos: Mt 3.8-10; 7.15-23; Jo 15.1-8; I Co 13.1;Gl 5.22-25; Ef 5.8-11
Amados irmãos, nenhum texto da Bíblia traz o ensino de que o dom de línguas estranhas é tido como prova de que alguém foi batizado com o Espírito Santo.
Nos três textos do livro de Atos dos Apóstolos, nos quais houve a manifestação das línguas estranhas, estas manifestações estão relacionadas com o ato da conversão e do derramar do Espírito sobre os que creram no Senhor. As línguas nestes textos, como vimos na aula anterior, tinham um propósito definido.
Repare ainda:
O termo “batismo com o Espírito Santo” é encontrado de forma explícita somente em seis passagens nas seguintes variações:
1ª- “batizará com o Espírito Santo” em Mt 3.11; Mc 1.8 e Lc 3.16;
2ª- “batiza com o Espírito Santo” em Jo 1.33;
3ª- “batizados com o Espírito Santo” em At 1.5, 11.16 .
As duas primeiras (que estão nos quatro primeiros textos citados), fazem parte do testemunho de João Batista a respeito de Jesus e não estão ligadas à manifestação alguma de línguas estranhas.
A terceira expressão, que se encontra nos dois últimos textos citados acima, é o relato das últimas palavras de Jesus antes de sua assunção aos céus. Não encontramos o termo batismo com o Espírito de forma explícita em mais nenhum texto da Bíblia, entretanto, sempre vemos de forma implícita este batismo ligado à conversão, ao cumprimento da promessa do Consolador, a união dos crentes em um só corpo, etc...
Podemos então concluir que: A prova do verdadeiro batismo com o Espírito Santo é uma vida frutífera em Cristo Jesus!
Continuemos a nossa aula estudando dez motivos pelos quais as línguas estranhas não podem ser uma prova do verdadeiro batismo com o Espírito Santo nos dias atuais.
V.1)- Dez motivos pelos quais as línguas estranhas não são a prova do verdadeiro batismo com o Espírito em nossos dias.
1. Porque no livro de Atos a manifestação das línguas tinha como propósito mostrar que o mesmo Espírito fora concedido tanto a judeus como a samaritanos e gentios, além de enfatizar o avanço da Igreja e obra do Espírito até os confins da Terra; conforme já estudamos. Em nossos dias, já temos o conhecimento de que este mesmo dom é concedido a todo aquele que crê.
2. Porque o dom de línguas estranhas é o menor dom em termos de edificação da igreja, entretanto, nas igrejas pentecostais que o tem como prova do batismo com o Espírito, ele é o mais importante, mais enfatizado e mais incentivado; o que contraria claramente o ensino bíblico. I Co 14
3. Porque se o batismo com o Espírito Santo não estivesse ligado à conversão e a sua prova fosse a manifestação das línguas estranhas, por que então Deus não batizaria a todos, haja vista dizerem que o falar em línguas é a prova de que a pessoa está capacitada para a obra do Senhor e revestida do poder? Por acaso o Senhor não deseja que todos os que creram no seu filho Jesus e a ele se entregaram sejam suas testemunhas? O ide foi dado apenas para quem fala em línguas, ou as línguas estranhas seriam um dentre os vários sinais que acompanhariam os que crêem? Mc 16. 15-18. Sabendo que o Espírito Santo em nós, nos reveste do poder; se o batismo com o Espírito fosse uma experiência à parte da salvação, algo adquirido por alguns depois da salvação e, portanto, posterior a ela; nem todo cristão teria autoridade para pregar, testemunhar ou exercer o serviço para Deus, entretanto, na verdade não é isto que acontece, pois todo o salvo pode e deve testemunhar a respeito do seu salvador; aliás, o que se mais vê são novos convertidos com muita sede em testemunhar do amor de Deus e a maior parte deles não falam em línguas estranhas. Concluímos que o ide de Jesus não foi dado a uma classe de privilegiados que falam em línguas, mas a todo aquele que crê; aliás, existem muitos que se gabam por falar em outras línguas, mas não possuem um “pingo” de condições de executar o mínimo serviço que seja para o reino de Deus!
4. Porque se necessariamente quem é batizado com o Espírito Santo tem que falar em outras línguas, onde fica o ensino bíblico de que nem todos falam em outras línguas? Em I Co 12, o apóstolo Paulo fala sobre a diversidade dos dons e deixa claro nos versículos de 27 a 30 que nem todos possuem os mesmos dons e, portanto, nem todos falarão em outras línguas. Se nem todos falarão em outras línguas, por que esta é uma questão primordial em algumas igrejas?
5. Porque se fosse tão essencial, nas listas de exigências para separação de bispos e diáconos estaria escrito: “Convém que os bispos falem em outras línguas” ou “Convém que os bispos sejam batizados com o Espírito Santo”, ou ainda “Igualmente os diáconos falem em outras línguas”; entretanto, respectivamente em I Tm 3.1-13 e em Tt 1. 5-9, não aparece esta exigência. Interessante é notar que em algumas igrejas pentecostais, caso uma pessoa não fala em outras línguas, jamais poderá ser um pastor, presbítero ou diácono! Isto é contrário ao ensino bíblico, sendo, portanto, incoerente! Consagram-se crentes carnais que falam em línguas e deixam-se de lado crentes com a vida frutífera, mas que não falam em outras línguas!
6. O falar em línguas não poderia ser a prova de que alguém é batizado com o Espírito Santo, pois quem fala em línguas edifica a si mesmo, logo, esta capacidade não está ligada diretamente ao testemunhar para os ímpios a cerca da salvação (I Co 14.2,4,23-25).
7. Porque o ensino pentecostal é recente (aproximadamente 100 anos).
8. Porque, como estudamos anteriormente, Jesus sempre enfatiza os frutos na vida do cristão e não os dons!
9. O falar em outras línguas não poderia ser a prova de que alguém é batizado com o Espírito Santo porque todos os cristãos necessariamente precisam ser batizados com o Espírito Santo para fazerem parte da Igreja do Senhor. Quem não é batizado com o Espírito Santo não está ligado a Cristo; entretanto a Bíblia diz que nem todos falam em outras línguas. Repare que em I Co 12.13 diz que todos fomos batizados em um só Espírito e em I Co 12. 30, diz que nem todos falam em outras línguas.
10. Dizer que o falar em outras línguas é a prova de que alguém é batizado com o Espírito Santo é incoerente, haja vista quem prega esta doutrina afirmar que somente aquele que falou em línguas é selado, entretanto, o ensino bíblico afirma que todo aquele que crê é selado. Dizer que nem todos são selados é o mesmo que afirmar que nem todos são marcados pelo Senhor, logo, é o mesmo que dizer que alguns “irmãos” que não falam em línguas não são propriedade de Cristo. Isto é um absurdo!
Amados, tendo esgotado este assunto, aproveitarei o “gancho” do último argumento citado, quando mencionei o selo do Espírito Santo, para falarmos sobre este assunto na próxima aula.