ASSUNTO: A DIFERENÇA ENTRE A OPERAÇÃO DO ESPÍRITO NO
ANTIGO TESTAMENTO E NOVO TESTAMENTO
PARTE 2
Texto: João, capítulo 16, versículo 7:
“Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.”
Irmãos, na aula anterior nós aprendemos que o Espírito Santo no Antigo Testamento ainda não tinha vindo habitar no coração do homem, esta era uma grande diferença em comparação com os dias de hoje.
Nesta aula estaremos estudando sobre a operação do Espírito no Novo Testamento e aprenderemos que somente após o Pentecostes o Consolador veio habitar no coração de todo aquele que crer.
II- A operação do Espírito Santo no Novo Testamento
II.1)- A promessa do Pai
O Senhor Jesus, no Evangelho segundo João, falou sobre a vinda do Consolador; em especial nos capítulos 14,15 e 16.
A Bíblia deixa claro que o Espírito não havia descido (Jo 7.39).
Para que houvesse a descida do Consolador, o Senhor Jesus precisava ser glorificado (Jo 16.7). A promessa do Pai era o derramar do Espírito Santo sobre aquele que crer; o Espírito habitando em nós e a revelação do mistério que estava em oculto, ou seja, o surgimento da Igreja. Veja os textos de Jo 14.26; Cl 1.24-27.
Antes de o Espírito Santo ser enviado, era necessário à obra redentora de Jesus!
Jesus ensina a respeito da vinda do Espírito Santo:
Jesus anuncia a vinda do Espírito bem como a sua obra; nos Evangelhos vemos um preparo para o ministério do Espírito através da Igreja.
Seria chamado de Consolador e Espírito da Verdade (Consolador em Jo 14.16,26; 15.26; 16.7 e Espírito da Verdade em 14.17; 16,13); ele seria dado apenas àqueles que crêem (Jo 14.17-24) e habitaria neles (Jo 14.17); ele ensinaria (Jo 14.26); faria lembrar das palavras de Jesus (Jo 14.26); seria enviado pelo próprio Senhor (Jo 15.26; 16.7); convenceria o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8); guiaria em toda a Verdade os discípulos de Jesus (Jo 16.12,13); glorificaria a Jesus (Jo 16.14,15); revestiria os discípulos de autoridade para anunciar a salvação (Lc 24.46-49); etc...
Podemos notar claramente em todas estas passagens algo importantíssimo: Vemos que o Espírito Santo ainda não tinha vindo para habitar no homem!
Isto somente seria possível após a morte, ressurreição e glorificação do Senhor Jesus.
O Senhor viria habitar no coração do homem através do Espírito Santo (daí ele ser chamado também de Espírito de Cristo) e estaria para sempre conosco (Mt 28.19,20).
Todo aquele que crê, recebe o dom do Espírito Santo, ou seja, o Consolador seria doado àquele que cresse em Jesus!
Este mesmo Espírito nos uniria ao Pai nos tornando um só corpo.
II.2)- As últimas ordens do Senhor
Após a sua morte e ressurreição, antes da sua assunção, Jesus dá as últimas ordens aos seus discípulos; ele os enviaria a ensinar (Mt 28.18-20) e a pregar (Mc 16.14-18).
João não fala sobre isto no seu relato do Evangelho, mas no capítulo 20. 19-23, ele conta que o Espírito foi dado por medida aos discípulos. Não se trata do derramar do Espírito, pois para isto acontecer, como já vimos, era necessário que o Senhor Jesus fosse para o Pai. Após ressuscitar, Jesus esteve quarenta dias na Terra aonde se manifestou por várias ocasiões. O Espírito foi derramado somente cinqüenta dias após a Páscoa (período chamado de Pentecostes) e, portanto, entre a ressurreição e o derramamento do Espírito há um intervalo de dez dias. Para que os discípulos permanecessem firmes, era preciso que Jesus lhes desse do Espírito por medida até o cumprimento da promessa no Pentecostes, afinal, ele não estaria mais com eles e subiria para o Pai.
Voltando a grande comissão, Mateus enfatiza a ordem para ensinar e Marcos a ordem para pregar, mas antes dos discípulos obedecerem a esta comissão, era necessário acontecer a descida do Consolador e o surgimento da Igreja; eles precisavam ser revestidos do poder; investidos de autoridade! Este fato é narrado somente por Lucas (Lc 24.44-49).
No livro de Atos, também escrito por Lucas, observamos que, pouco antes da sua assunção aos céus e assentar-se a destra do pai nas alturas, Jesus passa as suas últimas instruções aos discípulos e reafirma a promessa do Consolador (At 1-9); os discípulos seriam batizados com o Espírito Santo, isso não se referia ao falar em línguas, mas sim ao recebimento do Espírito que lhes seria concedido pelo Senhor Jesus.
A ordem dos acontecimentos fica do seguinte modo:
1º O Senhor Jesus anuncia a vinda do Consolador;
2º O Senhor dá as últimas ordens e os discípulos são enviados, mas...
3º Antes de cumprirem o ide de Jesus, eles precisavam esperar em Jerusalém até que o Espírito fosse derramado;
4º Jesus sobe aos céus;
5º Eles aguardam em oração por dez dias.
II.3) Pentecostes; o revestimento do poder!
Como aprendemos anteriormente, nosso Senhor, após a sua morte e ressurreição, andou quarenta dias sobre a Terra sendo visto por vários irmãos (At 1.3) e depois subiu aos céus. Sua morte ocorreu na Páscoa, festa que era realizada cinqüenta dias antes do Pentecostes, logo, como ele ficou na Terra por quarenta dias, restavam dez dias para o Pentecostes, quando então o Espírito seria enviado; por isso Ele disse que eles seriam batizados com o Espírito não muito depois daqueles dias. A festa da Páscoa apontava para o sacrifício de Jesus assim como a do Pentecostes apontava para o derramar do Espírito que havia de acontecer.
No dia de Pentecostes cumpriram-se as Palavras de Jesus e o Senhor enviou o Consolador. Pela primeira vez o Espírito Santo foi concedido de forma a habitar nos homens. Isto está relatado no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 2, versículos de 1 a 4. O Espírito veio para habitar nos discípulos, capacitando-os para anunciar o Evangelho e ainda resistirem a todas as dificuldades, conferindo-lhes autoridade para falarem em nome de Jesus.
A transformação operada no coração daquele que crê, através da ação do Espírito Santo que nele habita; o torna uma nova criatura, revestida de poder, capaz de testemunhar do amor de Deus e cumprir a sua vontade. Sem esta transformação, e a presença constante do Espírito, seria impossível atenderem a ordem de Jesus, bem como é impossível que nós, igualmente, possamos ser verdadeiras testemunhas de Cristo sem ter o Espírito Santo em nosso coração!
Revestimento do poder é a capacitação dada a todo que crê e não apenas a um grupo seleto de alguns privilegiados, todos os verdadeiros crentes são revestidos deste poder quando se converteram e entregaram a vida a Cristo! Todo cristão verdadeiro é capaz de testemunhar do seu Senhor, pois o Espírito veio habitar em seu coração.
II.4)- A formação da Igreja
Do Pentecoste em diante, portanto, o Espírito passou a habitar nos cristãos formando um só corpo (a Igreja), cujo cabeça é Cristo. Somente faz parte da Igreja aquele que tem o Espírito de Cristo, pois somente este está ligado ao Senhor através do seu corpo que é a Igreja. Este mistério esteve em oculto por muito tempo, mas se manifestou a nós neste dias.
II.5)- Verdades práticas da aula:
1-O Espírito Santo somente veio habitar no coração do homem após a morte, ressurreição e assunção de Jesus; a partir do dia de Pentecostes!
2- A Igreja passou a existir do Pentecostes em diante.
Na 3ª aula estaremos estudando sobre o batismo com o Espírito Santo